Às margens d’alegria

Minh’alma é carne
Meu corpo não mais
Que o ímpio barro
A água que acalenta minha sede
Nada mais faz que tornar-me lama
Cada migalha de luz parece sol
E o desejo por vida é ávido e insone
Volúpia por um dia ensolarado é
Nada mais que utopia desvairada
O fogo que percorre minhas veias
É o gélido ático aos corações alheios
Miséria de um ser fiel
A felicidade alheia
Que acima da sua estará
Aos que me são próximos
O mais puro apresso
Aos demais,
Apenas a cordialidade fugaz
De um dia nublado
E a certeza de um dia ter fim




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