Pseudo ode ao ácido

Sinto-o em minhas veias
Sei que é sangue
Mas em meu peito ele queima
Arde feito ácido
A cada pulsar o sinto
Latente, cortante
Por seus orifícios a escorrer
A dor e o momento mais feliz
O alívio parece aproximar-se
Novamente o sinto pulsar
Desta vez a dor é maior
Quero com minhas próprias mãos
Tirar se não a dor
Ao menos o que ela afeta
O ácido que pulsa
Teima em repulsar
Teima em não cicatrizar
O alívio vem em micro lapsos
O suficiente para respirar
Nem sei mais se isso é tão necessário
A cada momento que tento fecha-lo
Mais, mais e cada vez mais arde
Dizem que a dor purifica
Quem dera eu acreditasse nisso
Ao menos neste momento…
O sono não chega, a tv me irrita
A madrugada é curta
Os pesadelos longos
O facínio da dor
A inquietação constante
A bela dama que não chega
Não a quero mas ela
É ou será a minha solução
Hoje não amanhã também
Um dia talvez
Que o seja o mais breve
Penso em seu silêncio
Penso em sua calmaria
Ele teima em não calar-se
Grita, berra, palpita e pulsa
Como se fizesse disso
Seu grandioso prazer




Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Spam protection by WP Captcha-Free