Circus

Vai, volta e vai
A vida é um grande circu’lo
As coisas acontecem e temos
Sempre a impressão de já termos
Visto e revisto tudo aquilo
Fingimo-nos que é filme inedito mas
Na verdade já sabemos o final
Mesmo chegando as últimas cenas
Ainda acreditamos em um outro final
Tudo isso vira sonho
Quando as luzes se acendem
Eis que era o final já visto e anunciado
Tornamo-nos espectadores
De nossa própria vida
O circo é o mesmo, as atrações tembém
Todas as noites volto ao picadeiro
O mesmo palhaço, o mesmo trapesista
Magico, domador, apresentador…
Muda-se alguns espectadores
O número no trepésio é o mesmo
O frio na barriga, não, não é igual
A vida se renova em pequenos detalhes
O filme, o espetáculo que vi eram iguais
O monento que fechei os olhos não
Cada piscada que dei o tornou diferente
As pessoas que sentara ao meu lado
Nunca eram as mesmas
O humor do palhaço não era igual
Notei que me fazia rir
Mesmo triste me fazia rir
Sua angustia convertia-se em risos
Ao passo que o pobre palhaço
Esvaia-se em lagrimas
Todo palhaço é angustiado
Sua (e também a minha) alegria
É ver a felicidade alheia, indo ao vento
Alegremente fagueira
Mesmo não sabendo quem a receberá
É açoitada com ódio, fúria e rancor
Pois a nos ela não mais serve
Como nunca serviu
A felicidade é inimiga da tristeza
É incompatível com aquilo que sentimos




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